Navegando nas Artes: esporte, preservação e arte

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Navegando nas Artes: esporte, preservação e arte

Projeto promove vivências náutica utilizando barcos à vela e estimula a reflexão sobre a valorização do meio ambiente em comunidades que vivem às margens da Represa Billings, na zona sul de São Paulo

O cenário é a represa Billings, um dos maiores reservatórios de água da Grande São Paulo que margeia assentamentos urbanos, zonas rurais agrícolas e até mesmo áreas de preservação do bioma Mata Atlântica na capital paulista, Santo André e Diadema.

E é ali também que começa a relação de Franz Thomas com a represa. Nascido e criado às margens da Billings. “Tem vários sentimentos. Um misto de alegria, de habitar esse espaço grande, com muita água. Mas também receio, porque nesse mesmo espaço grande a gente já perdeu amigos. As pessoas gostam de morar aqui, mas muitas vezes essa relação cai em um naturalismo, esquecer de preservar ou dar valor à área verde.”

Franz é o coordenador geral do projeto Navegando nas Artes, que desde 2016 leva crianças, jovens e adultos do território para conhecer potências e vulnerabilidades da represa por meio da navegação de barco à vela. “A ideia é incentivar e aproximar os moradores e não moradores a preservar o meio ambiente, tanto a água como recurso natural finito, mas também a mata.

O foco do projeto é estimular os moradores da área à reflexão, sensibilização e mobilização sobre temas como a valorização da água como bem finito, do meio ambiente, da mobilidade e da ocupação dos espaços públicos. Tudo isso através de vivências náuticas. Embora esta vivências sejam abertas para todas as idades, geralmente são as crianças que ocupam os barcos do projeto Navegando nas Artes. “As ofcinas de barco à vela acontecem mais para crianças e jovens entre 7 e 15 anos. Aos fins de semana acontece a vivência de barco a vela, que é mais aberta, qualquer pessoa do bairro pode vir navegar”, conta Franz. “Infelizmente velejar ainda é um esporte elitista e quanto mais a gente democratizar e dar acesso para as pessoas, melhor!”.

Nas oficinas, a garotada aprende termos náuticos e práticas de navegação a vela que que ajudam a navegar pela Billings. E não é raro que as crianças manejem o barco sozinhas, sempre observadas e cuidadas por adultos e com colete salva-vidas, mas com autonomia para praticar, observar e brincar.

“Queremos que a criança consiga, do meio da represa, olhar o bairro e a casa dela, de um ângulo diferente. Que ela veja como a represa é próxima do verde, das matas, e aos pouquinhos, em um trabalho contínuo, que ela tenha uma formação para a vida, entendendo como pode e deve se aproximar da natureza”, revela Franz Thomas. Estas experiências se traduzem em práticas de conservação como mutirões de limpeza, das quais as crianças participam ativamente. Durante a pandemia, os passeios e as oficinas foram interrompidos, mas o trabalho com as comunidades, não. A sede do projeto Navegando nas Artes funcionou como um centro de doações e acolhida para a população local.